sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Soneto de solidão (pós-moderna-virtual-ultra-romântica)




Seduz-me impassível o frio ecrã,
Fere de brilho as vistas frágeis,
Magnetiza os finos dedos ágeis,
Digitais biológicas do meu afã.

Pelos mesmos sítios em vão navego,
Nau perdida em mares conhecidos
Procurando num novo perfil fingido
Um sopro na vela que infle o ego.

Só que hoje o mar em plácido tapete
Negou-me email, testemonial,  fuçada;
Nem scrap em garrafa puxa o molinete.

O último post é da semana passada;
Ninguém me curtiu, ctrl-auto-delete;
Só me resta o reset pra minha toada.